À maneira das propostas comparatistas que surgiram no meio científico em pleno século XIX, a disciplina do campo de estudos literários conhecida como Literatura Comparada visa articular pelo menos dois fatos literários à um ou mais métodos de análise existentes, de modo a apresentar uma leitura viva e crítica que, sem pretensões de ser absoluta, pode dar a ver novas características dos fatos escolhidos em sua relação com determinada(s) sociedade(s). Também abre a possibilidade de se articular fatos literários a outros fatos culturais, como a pintura, a música, o teatro e o cinema. E assim, por seu caráter de ‘eterno desbravador’, esta área de estudos se encaixa bem com as culturas contemporâneas e, portanto, é um método que antes de tudo é capaz de ser mimesis de seu objeto, característica que muito nos agrada.
Em seu manual introdutório, Machado e Pageaux nos mostram como fazer trabalhos em Literatura Comparada por meio das bases metodológicas oferecidas pela Teoria da Literatura, ou seja, valendo-se de uma disciplina que já estamos estudando. Por isso escolhemos esse texto entre tantos manuais do gênero como pedra de toque. Além disso, eles trazem um breve esclarecimento do espaço do ramo de Estudos de Literatura e Cinema na área de Estudos Comparados que se encaixa bem ao viés que escolhemos seguir. E, por fim, é muito interessante o modo como eles mostram que o investigador comparatista jamais estará 'preso' a uma metodologia fixa que exclui novas formas de olhar, podendo sempre articular as teorias que domina de forma a conduzir um novo caminho de leitura, capaz de esmiuçar, por outros meios, fatos e questões específicos.
Minhas leituras mergulhadas nesta disciplina também serão apresentadas em sessão própria.
Minhas leituras mergulhadas nesta disciplina também serão apresentadas em sessão própria.
Indicação bibliográfica:
MACHADO, Álvaro Manuel e PAGEAUX, Daniel-Henri. Da literatura comparada à teoria da literatura. Lisboa: Edições 70, 1988.
Obs.: Outras importantes referências
CARVALHAL, Tania Franco. Literatura Comparada. São Paulo: Ática, 2006. (Série Princípios).
NITRINI, Sandra. Teoria literária e literatura comparada. In: Estudos Avançados, São Paulo: IEA-USP, 8(22), p. 473-480, dez. 1994.
PERRONE-MOISÉS, Leyla. Literatura comparada, intertexto e antropofagia. In: Flores da escrivaninha. Ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 1990, p. 91-99.
CANDIDO, Antonio. Literatura Comparada. In: Recortes. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 211-215.
GUILLÉN, Claudio. Entre lo uno y lo diverso. Introducción a la Literatura Comparada (ayer y hoy). Barcelona: Tusquets Editores, 2005.
BERNHEIMER REPOR. 1993. American Comparative Literature Association – report on professional standards. A Report to the ACLA. versão do texto online. Disponível em: http://www.umass.edu/complit/aclanet/SyllPDF/Bernheim.pdf.
GUILLÉN, Claudio. Entre lo uno y lo diverso. Introducción a la Literatura Comparada (ayer y hoy). Barcelona: Tusquets Editores, 2005.
BERNHEIMER REPOR. 1993. American Comparative Literature Association – report on professional standards. A Report to the ACLA. versão do texto online. Disponível em: http://www.umass.edu/complit/aclanet/SyllPDF/Bernheim.pdf.
